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fora da sala e tinha de ficar no corredor em quase todas as aulas.

Finalmeês, o sr. Nicoll, me perguntou pela milionésima vez por que eu tinha tanta preguiça de estudar para as provas de ortografia, eu explodi. Chamei-o de velho dipsomaníaco. Não sabia direito o que aquilo queria dizer, mas soou bem.

O oseria convidado a voltar para a Academia Yancy no ano seguinte.

ótimo.

eria ficar com minha mãe no nosso pequeno apartamento no Upper East Side, mesmo que tivesse de freqüentar uma escola pública e aturar meu padrasto detestável e seus jogos de pôquer estúpidos.

E no entanto... havia coisas em Yancy de que eu sentiria falta. A vista da minha janela para os bosques, o rio Hudson a distância, o cheiro dos pinheiros. Sentiria falta de Grover, que tinha sido bom amigo, mesmo com seu jeito meio estranho. Fiquei pensando como ele iria sobreviver ao próximo ano sem mim.

Também sentiria falta da aula de latim - os dias malucos de torneio do sr. Brunner e sua confiança em que eu poderia me sair bem.

Quando a semana de exames foi se aproximando, latim era a única prova para a qual eu estudava. Não tinha me esquecido que o sr. Brunner falara, sobre essa matéria ser questão de vida ou morte para mim. Não sabia muito bem por quê, mas acreditar nele.

Na noite anterior ao meu exame final, fiquei tão frustrado que joguei o Guia Cambridge de mitologia grega do outro lado do dormitório. As palavras tinham começado a flutuar para fora da página, dando voltas na minha cabeça, as letras fazendo manobras radicais como se estivessem andando de skate. Não havia jeito de eu me lembrar da diferença entre Quíron e Caronte, ou Polidectes e Polideuces. E conjugar aqueles verbos latinos? Nem pensar.

Fiquei indo de um lado para outro no quarto, com a sensação de que havia formigas andando por dentro da minha camisa.

Lembrei a expressão séria do sr. Brunner, de seus olhos de mil anos. De você, aceitarei apenas o melhor, Percy Jackson.

Respirei fundo. Peguei o livro de mitologia.

Eu nunca havia pedido ajuda a um professor antes. Se falasse com o sr. Brunner, quem sabe ele me daria algumas dicas. Poderia, pelo menos, pedir desculpas pelo grande F que ia tirar na prova. Não queria sair da Academia Yancy deixando-o pensar que eu não tinha me esforçado.

Desci a escada para os gabinetes dos professores. A maioria estava vazia e escura, mas a porta do sr. Brunner estava entreaberta e a luz que vinha da sua janela se estendia ao longo do piso do corredor.

Eu estava a três passos da maçaneta da porta quando ouvi vozes dentro da sala.. O sr. Brunner tinha feito uma pergunta. Uma voz que, sem sombra de dúvida, era a de Grover disse: "...preocupado, senhor."

Eu gelei.

Normalmente não sou bisbilhoteiro, mas desafio alguém a não tentar ouvir quando seu melhor amigo está falando sobre você com um adulto.

Cheguei um pouquinho mais perto.

- ...sozinho nesse verão - Grover estava dizendo. - Quer dizer, uma benevolente na escola! Agora que sabemos com certeza, e eles também sabem...

- Só vamos piorar as coisas se o apressarmos - disse o sr. Brunner. - Precisamos que o menino amadureça mais.

- Mas ele pode não ter tempo. O prazo final do solstício de verão...

- Terá de ser resolvido sem ele, Grover. Deixe-o desfrutar sua ignorância enquanto ainda pode.

- Senhor, ele a viu...

- Imaginação dele - insistiu o sr. Brunner. - A Névoa sobre os alunos e a equipe será suficiente para convencê-lo disso.

- Senhor, eu... eu não posso fracassar nas minhas tarefas de novo. - A voz de Grover estava embargada de emoção. – Sabe o que isso significaria.

- Você não fracassou, Grover - disse o sr. Brunner gentilmente. - Eu deveria tê-la visto como ela era. Agora vamos apenas nos preocupar em manter Percy vivo até o próximo outono...

O livro de mitologia caiu da minha mão e bateu no chão com um ruído surdo.

O sr. Brunner silenciou.

Com o coração disparado, peguei o livro e voltei pelo corredor.

Uma sombra deslizou pelo vidro iluminado da porta da porta de Brunner, a sombra de algo muito mais alto do que meu professor de cadeira de rodas, segurando alguma coisa suspeitamente parecida com o arco de um arqueiro.

Abri a porta mais próxima e me esgueirei para dentro.

Alguns segundos depois ouvi um lento clop-clop-clop, como, blocos de madeira abafados, depois um som como o de um animal farejando bem na frente da minha porta. Um grande vulto escuro parou diante do vidro e depois seguiu adiante.

Uma gota de suor escorreu por meu pescoço.

Em algum lugar no corredor, o sr. Brunner falou.

- Nada - murmurou ele. - Meus nervos não andam to bons desde o solstício de inverno.

- Nem os meus - disse Grover. - Mas eu podia ter jurado...

-Volte para o dormitório - disse-lhe o sr. Brunner. - tem um longo dia de provas amanhã.

- Nem me lembre.

As luzes se apagaram na sala do sr. Brunner.

Aguardei no escuro pelo que pareceu uma eternidade.

Por fim, me esgueirei para o corredor e subi de volta para o dormitório.

Grover estava deitado na cama, estudando as anotações para a prova de latim como se tivesse estado lá a noite inteira.

- Ei! - disse ele, com olhar de sono. - Vai estar preparado para a prova?

Não respondi.

- Está com uma cara horrível. - Ele franziu a testa. -Tudo bem?

- Só estou cansado.

Virei-me para que ele não pudesse perceber minha expressão e comecei a me preparar para dormir.

Não entendi o que tinha ouvido lá embaixo. Queria acreditar que havia imaginado aquilo tudo.

Mas uma coisa estava clara: Grover e o sr. Brunner estavam falando de mim pelas costas. Achavam que eu corria algum tipo de perigo.

Na tarde seguinte, quando estava saindo da prova de latim de três horas, atordoado com todos os nomes gregos e romanos que tinha escrito errado, o sr. Brunner me chamou de volta.

Por um momento, fiquei preocupado achando que ele descobrira minha bisbilhotice na noite anterior, mas não parecia ser esse o problema.

- Percy - disse ele. - Não fique desanimado por deixar Yancy. É... é para o seu bem.

Seu tom era gentil, mas ainda assim as palavras me deixaram sem graça. Embora ele estivesse falando baixo, os que terminavam a prova podiam ouvir. Nancy Bobofit me lançou um sorriso falso e, fez pequenos movimentos de beijo com os lábios.

Eu murmurei:

- Está bem, senhor.

- Quer dizer... - O sr. Brunner andou com a cadeira para trás e para frente, como se não tivesse certeza do que falar. - Este não é o lugar certo para você. Era apenas uma questão de tempo.

Meus olhos ardiam.

Ali estava meu professor favorito, na frente da classe, me dizendo que eu não era capaz. Depois de falar o ano todo que acreditava em mim, agora me dizia que eu estava destinado a ser expulso.

- Certo - disse eu, tremendo.

- Não, não - disse o sr. Brunner. - Ah, que droga. O que eu estava tentando dizer... é que você não é normal, Percy. Não é nada ser...

- Obrigado - soltei. - Muito obrigado, senhor, por me lembrar.

- Percy...

Mas eu já tinha ido.

No último dia de aulas, enfiei minhas roupas na mala.

Os outros garotos estavam fazendo piadas, falando sobre os planos para as férias. Um deles ia fazer trilha na Suíça. Outro faria um cruzeiro de um mês pelo Caribe. Eram delinqüentes juvenis como eu, mas delinqüentes juvenis ricos. Os papais eram executivos, embaixadores ou celebridades. Eu era um joão-ninguém, de uma família de joões-ninguém.

Eles me perguntaram o que ia fazer no verão, e eu disse que voltaria para a cidade.

O que não lhes contei foi que ia arranjar um trabalho de verão passeando com cachorros ou vendendo assinaturas de revistas, e passar o tempo livre pensando em onde iria estudar no outono.

- Ah - disse um dos garotos. - Legal.

Eles voltaram à conversa como se eu não existisse.

A única pessoa de quem tinha medo de me despedir era Grover, mas do jeito como as coisas aconteceram, eu nem precisei. Ele havia comprado uma passagem para Manhattan no mesmo onibus Greyhound que eu, então lá estávamos nós, juntos outra vez, indo para a cidade.

Durante toda a viagem de ônibus, Grover olhava nervoso para o corredor, observando os outros passageiros. Ocorreu-me que ele sempre agia de modo nervoso e inquieto quando saíamos de Yancy, como se esperasse que algo ruim fosse acontecer. Antes, eu achava que ele tinha medo de que o provocassem. Mas não havia ninguém para fazer isso no Greyhound.

Finalmente, não pude mais agüentar.

- Procurando Benevolentes?

Grover quase pulou do assento.

- O que... o que você quer dizer?

Confessei ter ouvido a conversa dele com o sr. Brunner na noite anterior ao dia da prova.

O olho de Grover estremeceu.

- Quanto você ouviu?

- Ah... não muito. O que verão?

esquivou.

demoníacas...

Grover...

e...

mesmo.

cor-de-rosa.

encardido.

verão.

como:

Underwood

Guardião

Sangue

York

-0009

Meio...

verão.

Yancy.

mansão.

assentiu.

mim.

você?

pretendia.

vermelha.

você.

ele.

defender.

protegendo?

ento.

álicos outros.

antigamente.

pareciam muito velhas,

mim.

tremia.

cara...

é?

mim?

nenhuma.

fôlego.

Venha.

graus.

embaixo.

la.

roncando.

aplaudiram.

dentro!

gripe.

dentes.

Grover?

Sim?

diz?

camisa.

frutas?

disse:

viu.

fio.

antigo.

disse:

fio?

importante.

vez.

vez?

sexta.

falando?

Prometa.

prometi.

perguntei.

resposta.

morrer?


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